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Professor Fund/Méd na Escola Álvaro Gaudêncio de Queiroz, Campina Grande - PB; e Fundamental em Santa Cruz do Capibaribe-PE.

sábado, 10 de setembro de 2011

Nordeste: Conhecer é Fundamental

 
Geograficamente, pode-se dizer que o Nordeste se divide em três zonas características:
1 -   a zona da mata, no litoral, onde as chuvas são abundantes e as terras férteis, nas quais se desenvolveu, desde o início da colonização, a cultura da cana de açúcar;
2 -  o agreste, uma área de transição, de vegetação mais pobre, onde se desenvolveu basicamente a cultura de milho, arroz e feijão, para o abastecimento dos engenhos de açúcar da região anterior;
3 - o sertão, marcado pelo clima semi-árido e pela caatinga, um tipo de mata rala, formada essencialmente por arbustos espinhentos e plantas cactáceas, capazes de armazenar água por muito tempo, dos quais os mais famoso na área é o mandacaru, que chega a atingir 3 metros de altura.

No sertão, conhecem-se basicamente duas estações anuais:
1 - o inverno, que se estende de dezembro a junho e é a estação das chuvas;
2 - e o verão, de julho a novembro, quando as chuvas não ocorrem.
Desse modo, um "inverno" em que não chova já significa um ano de seca e, com freqüência, esse período pode-se estender a dois ou três anos.
Resultado: os rios transformam-se em estradas poeirentas, as roças não produzem, o gado morre de sede. Com a falta de água, vêm a falta de comida e de trabalho - o que levou, ao longo dos tempos, a população do semi-árido a migrar para diversas regiões do Brasil.

Um pouco de História...
A seca no sertãonordestino, está entre as questões mais graves do Brasil. Há séculos os governos têm tentado resolvê-la, sem sucesso.
As políticas de combate à seca no Nordeste remontam à época do Império. D. Pedro 2º determinou a construção de açudes, entre outras ações, para diminuir os efeitos da estiagem, entre os anos 1877 e 1879.
O próprio imperador declarou: "Não restará uma única jóia na Coroa, mas nenhum nordestino morrerá de fome".
Em 1951, um grupo de estudiosos determinou os limites da região atingida por estiagens periódicas, que passou a ser chamada Polígono das Secas. Veja o mapa com as áreas atingidas pela seca, na época:
A área abrangia os quase todos os estados do Nordeste, menos o Maranhão, além do norte de Minas Gerais.

Causas da seca
Mas o Polígono das Secas aumentou de tamanho. O Maranhão, que estava "fora" da área de ocorrência de secas longas, vem enfrentando o problema nos últimos 25 anos.

Nas regiões atingidas, é comum a estiagem se prolongar por dois ou três anos. Isso gera uma situação de calamidade para milhões de sertanejos.
A ampliação da área da seca está relacionada à forma de ocupação humana nessa região, desde o século 16. Trata-se do uso predatório da terra, tirando dela o máximo possível em produtividade sem preocupação com o esgotamento.
O principal fator foi desmatamento excessivo que deu fim à vegetação em torno das nascentes dos rios. Isso mesmo: sem as árvores, secam o rio e a fonte de onde vem a água.

Sem a proteção do verde, o solo frágil e arenoso não resiste e a região torna-se árida. Com isso, o clima muda: há menos chuvas. E o lugar é ocupado pela Caatinga ( ja postei artigo somente sobre ela !), ou se transforma em deserto.

Indústria da seca
O primeiro órgão de combate à seca foi criado em 1909, chamava-se Inspetoria de Obras Contra as secas (IOCS). Em 1919 tornou-se a Inspetoria Federal de Obras Contra a Secas (IFCOS). Em 1945 ganhou novo nome: Departamento Nacional de Obras Contra a Secas (DNOCS).

Todos esses órgãos procuram definir metas e solucionar o problema com obras para armazenar água e suprir a população, a agricultura e a pecuária.
Mas tem sido insuficiente, como se vê pelo aumento da área atingida. Além do desmatamento, a seca do Nordeste está ligada à falta de políticas que realmente funcionem em benefício da população.
Durante a estiagem, o governo federal socorre os estados atingidos com envio de dinheiro para ser aplicado nessas áreas, cestas básicas para a população, perdão total ou parcial das dívidas de empréstimos tomados por empresários e fazendeiros. Estudiosos declaram que existe uma "indústria da seca", da qual alguns se beneficiariam de forma política e financeira.

Prof.Flávio Guedes

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